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É possível utilizar a tecnologia em prol da conservação do meio ambiente! Quem atesta isso é Lídia Silva, ex-aluna do curso de Sistemas de Informação da FA7. Aluna do Mestrado em Computação Aplicada da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Lídia foi conhecer o programa catarinense Casa Eficiente e relata com exclusividade para a INCLUDE

Lidia Silva

Lídia Silva
Especial para INCLUDE

A tecnologia faz parte da vida cotidiana. Nas coisas mais simples a tecnologia está lá, contribuindo para facilitar (ou não) a vida das pessoas. Em junho de 2015, tive a oportunidade de conhecer a Casa Eficiente, em Florianópolis, como parte de um trabalho da disciplina de Sistemas Baseados em Conhecimento do programa de mestrado que participo. O objetivo da atividade era justamente analisar como a tecnologia pode auxiliar no dia a dia das pessoas, contribuindo ainda na diminuição dos impactos no meio ambiente. O projeto foi desenvolvido através de uma parceria entre Eletrosul, Eletrobrás/Procel Edifica ( Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações) e Universidade Federal de Santa Catarina, através do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE).  Alguns quesitos como conforto térmico, geração de energia e reuso das águas foram implementados na Casa.

O teto jardim contribui para o conforto térmico da edificação

O teto jardim contribui para o conforto térmico da edificação. Já o painel fotovoltaico absorve a luz solar e a transforma em energia elétrica

Conforto térmico

O conforto térmico foi idealizado baseando-se inicialmente em estudo preliminar de condições climáticas da região de Florianópolis e a adequação da construção para aproveitar ventos e posição do sol através de teto-jardim (vegetação plantada no telhado casa para controle da temperatura no interior da casa). Esta prática ameniza altas temperaturas durante o verão.

O  insulflador susbstitui o ar condicionado

O insulflador susbstitui o ar condicionado

Painéis solares foram instalados para aquecimento de água. Através de um sensor, quando a temperatura interna de um cômodo atinge 18 graus Celsius, o sistema de aquecimento é acionado e a água quente passa a circular em canos de cobre instalados nos quartos com o objetivo de promover o aquecimento do cômodo. O aquecimento de água também auxilia no controle do chuveiro elétrico uma vez que a água já aquecida não exige um aumento na tensão do chuveiro. A construção foi feita de modo que os ventos possam ser aproveitados no verão, fornecendo ventilação natural à casa, e que no inverno os ventos provenientes do sul possam ser barrados através da instalação de paredes vedadas – dispositivos para diminuir a velocidade e intensidade dos ventos.

Algumas outras modificações em relação a casas comuns foram feitas para melhorar o conforto térmico. A constituição das paredes é feita com dupla camada de tijolo maciço com uma camada de lã de rocha entre as camadas de tijolos. A cobertura lateral –  com telhado de cerâmica clara, manta de lã de rocha e manta aluminizada dupla face – e a cobertura central, com telha metálica clara e manta de lã de rocha, ajudam a manter a temperatura interna da casa. Nos quartos foram instalados insulfladores mecânicos em substituição ao ar condicionado para serem utilizados no período noturno e economizar energia elétrica. A função do insulflador é permitir a toca do ar externo (mais fresco) com o ar interno (mais quente) permitindo o resfriamento da temperatura.

sensor de temperatura

Sensor de temperatura para acionamento da bomba para aquecimento dos quartos

Energia elétrica

Para a geração de energia elétrica foi instalado um sistema fotovoltaico constituído por um painel de silício amorfo que foi sobreposto sobre a face norte do telhado da sala, numa inclinação de 27°, definida de acordo com a latitude local, para melhor rendimento do painel nesta latitude. Durante o dia o consumo de energia é menor que durante o período noturno, então a energia gerada pelo sistema e não consumida é enviada para a Eletrosul. A energia gerada é de corrente contínua e para o uso na Casa é transformada em corrente alternada. Quando é necessário o uso de energia proveniente da companhia elétrica, esta chega sem distinção da energia gerada pelo sistema fotovoltaico. Ou seja: é imperceptível para o usuário qual tipo de energia está sendo utilizada. Para diminuir o uso de iluminação artificial e reduzir os custos de tarifas de eletricidade, a casa foi projetada de modo a utilizar iluminação natural o máximo possível.

Água

O uso racional de água também foi incluído no projeto da Casa. Para isso, foi instalado um sistema de coleta de águas provenientes das chuvas para fins não potáveis, ou seja, para lavagem de roupas, descarga do vaso sanitário, lavagem de piso e irrigação de uma horta pequena. Essa água é coletada, passa por um sistema de filtragem mecânica e é armazenada em caixa d’água, separada da água potável. As águas para fins não potáveis são identificadas por canos de cor verde, enquanto as águas potáveis são identificadas por canos de cor azul. Quando as águas das chuvas acabam, a água potável proveniente da companhia de água é utilizada para os fins citados acima.

Sistema de reuso de águas

Sistema de reuso de águas

A água potável também é utilizada nos canos de cobre nos quartos para o aquecimento destes e assim, diminuir a corrosão que poderia ser potencializada com a água não potável. Ainda pensando no meio ambiente, as águas utilizadas na casa – como águas de banho, da máquina de lavar roupa e lavatório –  são tratadas em um tanque de zona de raízes de junco e são reaproveitadas para irrigação do jardim. As águas chamadas cinzas provenientes do vaso sanitário e pia da cozinha são tratadas em uma fossa séptica e um outro tanque de raízes e então enviadas para a natureza. Os tanques de zona de raízes são compostos de uma camada de cascas de ostras, e uma espécie nativa de junco.

FOTO DE LÍDIA SILVA

CURIOSIDADE Além de estudar tecnologia, Lídia também atua como DJ.

Sistemas Inteligentes

Essas técnicas foram analisadas com a ajuda de Sistemas Inteligentes, mostrando economias e melhorias no bem-estar das pessoas que morassem numa casa com essas tecnologias implementadas. Sistemas especialistas, Sistemas Especialistas Fuzzy, Sistemas Probabilísticos e Sistemas de Raciocínio Baseado em Casos (RBC) podem ser utilizados para auxiliar em tomada de decisão e assim melhorar o desempenho da Casa Eficiente.

Para mais informaçõeshttp://www2.eletrosul.gov.br/casaeficiente/br/home/index.php

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