‘ELA’: filme aborda o amor em tempos de Inteligência Artificial [dica]

Gustavo Augusto-Vieira
da Equipe Include[SI]

 

Essa coisa de se apaixonar pela assistente virtual – como a Cortana, da Microsoft, ou a Siri, da Apple, ou até mesmo pela aquela voz do Google, já virou piada recorrente em filmes, esquetes de humor e seriadosomo The Big Bang Theory. Faz um pouco de sentido gostar de alguém que está ali do seu lado 24 horas por dia, te ajudando a achar o que precisa, otimizando seu tempo e até contando piadinhas infames. (Quem nunca fez zoeira com a Siri que atire a primeira pedra). Na dramédia Ela (Her, Estados Unidos, 2013), o assunto é levado a sério pelo diretor e roteirista Spike Jonze.

Jonze tem no currículo a direção de filmes como Onde Vivem os Monstros, Adaptação e Quero Ser John Malcovich, é criador de Jackass, e também fez inúmeros clipes para artistas mais cabeçudos como Björk e Fatboy Slim e bandas como Sonic Youth e Yeah Yeah Yeahs. Daí você não pode esperar nada convencional do filme. Joaquin Phoenix, aquele ator que fez o vilão de Gladiador, interpreta Theodore, um carinha de meia-idade que vive numa eterna bad trip do tipo forever alone. Aí ele conhece Samantha, a voz feminina de um sistema operacional criado com inteligência artificial – uma espécie de Cortana ou Siri mega inteligente. Scarlett Johansson faz a voz de Samantha, numa interpretação pra lá de sexy.

Longe de ser uma comédia, a relação entre Samantha e Theodore chega a ser assustadora e gera uma série de questionamentos sobre até onde vai essa nossa dependência das tecnologias digitais. A estória se passa num futuro não muito distante e tem cenas rodadas em Xangai, na China, que dar um arzinho mais futurista ao enredo. Ah, não espere cenas de ação ou qualquer outro elemento dos filmes hollywoodianos convencionais. Se deixe levar pelo roteiro e descubra que qualquer semelhança com a realidade não é um mera coincidência.

Comentários

comentários