Gustavo Augusto-Vieira
da Equipe Include[SI]
Filme de 2001, Revolution OS, bem que poderia ser, a grosso modo, um complemento para títulos biográficos sobre os “heróis” do Vale do Silício, entre eles o mediano Jobs (2013) - aquele com Ashton Kutcher – e Piratas do Vale do Silicio, feito para televisão em 2009. Talvez também se encaixe como prelúdio para A Rede Social, de 2010, filme que conta a estória da criação do Facebook. Porém, a obra de J.T.S. Moore tem um diferencial. Revolution OS se trata de um documentário. Não é uma daquelas obras de ficção “baseada em fatos reais” com todo aqueles arquétipos comuns dos filmes de Hollywood. O longa também não tem um enfoque numa pessoa importante que criou algo importante. Pelo contrário. O lance aqui é contar a história do Linux e do movimento pelo software livre.
Enquanto Steve Jobs e Bill Gates ganhavam fama e dinheiro com computadores pessoais e seus softwares proprietários, um grupo de pesquisadores de conceituadas universidades norte-americanas estava desenvolvendo sistemas operacionais que poderiam ser livremente copiados. O movimento foi ganhando adeptos mundo afora até culminar na criação do Linux, um sistema operacional que logo logo faria frente ao Windows NT da Microsoft, até então o mais usado nas grandes corporações. Anos depois, o filme mostra grandes empresas passando a ganhar muito dinheiro oferecendo suporte aos aplicativos de código aberto.
O curioso é saber através do filme que muitos sistemas que usamos hoje foram pensados há muito, mas muito tempo. E que o modelo de negócios de algumas empresas de software – como a Microsoft, que vendia software em caixinha – já nasceu fadado ao fracasso. Outro ponto forte do filme é a humanização dos hackers. Não espere ver gente disseminando o mal tentando trazer prejuízos para empresas e governos e tentando roubar dados pessoas de pessoas desavisadas. Em Revolution OS, os hackers são cientistas preocupados com a disseminação das tecnologias, com o desenvolvimento econômico sustentável e, principalmente, com as liberdades individuais. Incluside, ídolos como Bill Gates e Steve Jobs são mostrados como vilões.
O criador do Linux, o finlandês Linus Torvalds, em um dos melhores momentos do filme, abre sua casa e fala como foi se mudar para os Estados Unidos e detalha o processo de criação do sistema. Em outro trecho memorável, jovens pedem para que a Microsoft e os fabricantes de computadores devolvam o dinheiro pago pelo sistema Windows que vinha nas máquinas mas que não seriam usados pelos compradores. Mas, como tudo na vida, o documentário tem seus pontos fracos: o ritmo é demasiado lento e exige, claro, que o espectador tenha um mínimo de interesse no tema. São poucos os entrevistados e por isso, a edição se torna visualmente repetitiva.
Eduardo Mendes de Oliveira
jun 24, 2015
Parabéns, Gustavo! Vamos seguir pra frente!
Marco
jun 24, 2015
Bom eu discordo dessa parte da vilanização de Jobs e Gates, que usuários de linux costumam fazer, pois os dois foram de extrema importância para indústria tecnologia,”Gates principalmente”, seu software não nasceu fadado ao fracasso, pelo menos não é o que diz seu patrimônio x vendas. Acho que cada um usa o OS que mais lê convém em necessidades apropriadas, não existe isso de melhor ou pior, mas sim prós e contras de cada OS, sem mais delongas, bom texto.
Hugo Rodrigues
jun 24, 2015
Acho que quando ele se refere a isso, ele não quer dizer que haja um “melhor ou pior” é mais por questão ideológica. Ótimo texto.
Mauricio Filho
jun 24, 2015
Vou assistir !