show de truman

aluno gustavo vieira

Gustavo Augusto-Vieira
da Equipe Include[SI]

Broadcast Yourself” é o slogan do YouTube, velho conhecido nosso, o site número 1 em streaming. Colocado no ar em fevereiro de 2005, o YouTube tinha a promessa de transformar qualquer pessoa em um produtor de conteúdo. A plataforma, como já sabemos, trouxe uma transformação sem precedentes na maneira de produzir e, principalmente, de consumir vídeos. Com o tempo, em meio a tanto conteúdo amador, acompanhamos uma “profissionalização” da plataforma, com canais cada vez mais bem elaborados, com direito à transmissões ao vivo de grandes eventos – como a Comic Con de San Diego e o Carnaval de Salvador – e aportes publicitários expressivos.

O fato é que o site – que hoje pertence ao ao onipresente Google – é sem dúvida um espaço consolidado na internet. Apesar desse cenário promissor, uma nova plataforma surge para tentar recuperar exatamente o foco inicial do YouTube, que é fazer com que qualquer um – qualquer um mesmo – possa ter seus quinze minutos de fama. A novidade se chama Periscope.

Criado pelo Twitter, o serviço permite a transmissão de vídeos em tempo real através de um smartphone. A interface é bem simples. Tudo pode ir ao ar em segundos. E é exatamente nessa simplicidade que está o diferencial da nova plataforma. Até porque publicar um vídeo no YouTube ainda não é algo assim tão simples para a maioria dos usuários. INCLUDE[SI] testou o Periscope para identificar o potencial da aplicação. O resultado animador você confere agora.

Interface

Tela inicial

Tela inicial

A interface merece um destaque nesta análise. Ela realmente é bem simples, com ícones que identificam e separam quatro áreas de interação. A tela inicial mostra informações sobre quem você segue. Dá para ver quem está ao vivo naquele momento ou quem acabou de encerrar uma transmissão (as transmissões encerradas ficam disponíveis por 24 horas).

A segunda tela traz um mapa onde é possível localizar pessoas que estão fazendo transmissões ao vivo ao redor do planeta. Uma terceira tela permite que VOCÊ faça sua própria transmissão e ainda informe aos seus amigos do Twitter que ela vai começar. Por último, um painel traz um resumo da sua conta, com uma lista de seguidores e também de quem você segue.

O app segue aquela lógica do Twitter e do Instagram, onde você segue e é seguido e não a lógica do Facebook, onde seus contatos são “amigos” e um tem que aceitar o outro.

Conteúdo

Com coração é mais gostoso

Com coração é mais gostoso

Ah, o conteúdo. Cada um dita suas regras. E essa é a graça do negócio. Você vai encontrar desde estudantes fazendo algazarra na sala de aula quando o professor sai, até uma brasileira que mora no Japão preparando o jantar. No meio disso tudo dá pra assistir aulas dos mais variados assuntos, dicas de marketing pessoal, tutoriais variados, receitas… Existe porn? Sim, existe! Mas a aplicação tem um botão para denunciar a transmissão como imprópria. No entanto, alguns usuários já colocam a sigla NSFW [not safe for work == não é seguro para o trabalho] para identificar aquele perfil como adulto.

Claro que, só pra variar um pouco, os adolescentes estão fazendo a festa com o Periscope. Até porque, geralmente, os mais jovens baixam e experimentam tudo que é novidade. Mas a criatividade é quem manda. E o potencial para explorar a plataforma é infinito.

Interação

É fácil começar a transmitir

É fácil começar a transmitir

Outro item muito bem avaliado no Periscope é a interação. Enquanto o vídeo está sendo transmitido, os seguidores podem interagir com mensagens texto que aparecem no meio da tela e também com o envio de “corações”. O efeito dos corações na tela é bonito e pode ajudar a melhorar a autoestima de quem está transmitindo. Com os textos, o transmissor pode responder perguntas do público e também direcionar a transmissão para atender os anseios dos espectadores. As reações das pessoas que transmitem os vídeos pela primeira vez são as mais variadas. A maioria se empolga com os comentários do público.

Teste de transmissão

Usamos uma rede 4G para transmitir a apresentação de um power trio de jazz numa tarde de sábado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. A transmissão durou uns dez minutos e ficou estável por todo o período. A transmissão teve um pico de audiência de 36 pessoas (nada mal para um iniciante). A adesão dos seguidores foi imediata. Muita gente não sabia do show no local. Alguns falaram que queriam voltar a frequentar o espaço e outras elogiaram a apresentação. O app permite bloquear o chat e também consegue baixar o vídeo que foi transmitido para ser usado futuramente.

Menos é mais: uma lição para os desenvolvedores

Seus contatos do Twiter já estão lá

Seus contatos do Twiter já estão lá

Que lições podemos aprender com o Periscope? Às vezes, menos é mais. Sempre podemos melhorar as coisas. E por melhorar não podemos apenas entender como incluir coisas. Em alguns casos, focar no essencial e retirar features pode fazer toda a diferença.

Como falado no início do post, podemos dizer que o YouTube ficou grande demais. Hoje, além de vídeos amadores e caseiros, ele tem clipes musicais, gameplays, aluguel de filmes e também transmissões ao vivo. E os serviços de streaming de vídeos amadores não são necessariamente uma grande novidade.

O que os engenheiros do Twitter fizeram foi criar algo extremamente simples e divertido usando como base o conceito do concorrente: broadcast yourself.

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