Robocop

Gustavo Augusto-Vieira
da equipe Include[SI]

Tela do aplicativo CoopRenato Holanda é um cara determinado. Daqueles que têm uma ideia na cabeça e vai atrás de transformar essa ideia em um produto. Apesar de ainda estar no 6º semestre do curso de Sistemas de Informação da Faculdade 7 de Setembro, Renato já tem mostrado  que tem um espírito empreendedor. Junto com o cunhado, ele desenvolveu o site do projeto Welo (bewelo.com), na passagem pelo DESI ele “deu um gás” em um projeto chamado Alumni e entre uma prova aqui e um relatório ali, conseguiu tirar do forno, junto com ex-aluno Rafael Araújo o aplicaitvo Coop. “A pronuncia correta é ‘Cóp’, com o P mudo”, brinca.

Basicamente, o Coop é uma mão na roda para quem precisa da Polícia (quem nunca?) e sequer lembrou de anotar o número da viatura do Ronda do Quarteirão do bairro onde mora. Vale a pena lembrar que cada viatura tem um número de telefone específico. Daí, na hora do desespero, você clica lá no ícone do app e ele faz o trabalho de localizar o telefone da viatura daquela região e… bingo!, você só tem o trabalho de apertar o botão de ligar e falar com o atentende.

Fazer o aplicativo não foi fácil. Mas também não foi algo do outro mundo. Em conversa com a INCLUDE[SI], Renato fala como foi desenvolver a aplicação -  que foi lançada oficialmente no dia 1º de outubro. O papo envolve família, amigos, foco no trabalho e claro, tecnologias para desenvolvimento.

Como surgiu a ideia de criar o Coop? De onde veio a inspiração? A ideia surgiu quando eu cheguei a cadastrar quatro telefones do Ronda nos meus contatos. Eu tinha o telefone do meu bairro, o da minha namorada, o da minha avó e o da minha tia. A partir daí, notei que esse aplicativo seria bem útil, pois hoje ninguém quer ligar para o 190. Na época, eu estava “dando uma estudada” no desenvolvimento para Windows Phone (pois tinha acabado de comprar um) e foi nele que fiz a primeira versão em um final de semana. O nome inicial do aplicativo era “Qual o Ronda?”. Após o amadurecimento da ideia e uma possível escalabilidade para outras cidades, o app foi rebatizado de Coop – do português Cooperação e do inglês Cooperation. Sim, me importei com o nome em inglês porque não só nós, moradores do Ceará, que iremos usar. O aplicativo também poderá ser usado por turistas.

FERRAMENTAS E LINGUAGENS USADAS

  • iOS – Swift 2.0 – Xcode.
  •  Android – Java – Android Studio
  •  Windows Phone – C# – Visual Studio
  • Webservice – PHP (futuramente C#) – Azure
  • Design – Photoshop
  • Banco de Dados – SQL Server

Que tecnologias estão por trás do aplicativo? Você usou que linguagens para criar o Coop? Na primeira versão do aplicativo, eu fazia todo o tratamento da consulta da localização no aparelho. Como base de dados, foi usado XML para guardar os possíveis bairros. Porém, surgiram alguns problemas. Como eu dependia da velocidade de processamento do celular, o arquivo XML poderia ficar muito grande e a manutenção desses dados seria péssima, visto que a cada correção teria que lançar uma nova versão na loja de aplicativos e aguardar que baixassem. Hoje, o aplicativo está desenvolvido para Android, iOS e Windows Phone. Todas as aplicações foram desenvolvidas nativamente. Ou seja, não foram usados frameworks de desenvolvimento híbrido. Para ter esse aplicativo hoje nas três plataformas mais usadas no mercado, contei com a ajuda de dois amigos: Rafael Araújo (ex-aluno da FA7) e Bianca Nunes. O servidor está hospedado na Azure, com servidor e banco de dados escaláveis, graças à colaboração do Vinícius Souza (twitter.com/vbs_br) que veio palestrar no MS Road Show, na FA7, e após apresentar o Coop para ele, fui contemplado com um acesso ao BizSpark.

Quanto tempo durou o processo de desenvolvimento, desde a concepção até a publicação nas lojas virtuais? A ideia surgiu há 2 anos. Porém teve o amadurecimento da ideia, as possibilidades, várias reuniões com amigos e desenvolvedores, algumas frustrações, busca de investimentos… Até que em maio de 2015 decidi me dedicar a esse projeto e finalmente lançá-lo. No total, foram três meses de desenvolvimento. O último mês foi de testes para atender a população da melhor forma. Hoje dou graças a Deus por não ter lançado antes. Também vejo que não ter pressa foi a chave para ter um aplicativo bem produzido.

Qual o grande barato do Coop? Que aspectos você aponta como diferenciais? O grande diferencial do Coop é a velocidade para exibir o número do telefone, sem importar sua localização. Quando você abre o aplicativo, ele faz uma busca e prepara o celular para discar para o telefone do Ronda do Quarteirão do bairro que você estiver. Caso não seja encontrado um telefone para aquela região, o telefone estará pronto para discar 190. Com isso, usar o Coop até para ligar para 190 é mais rápido do que iniciar o aplicativo Telefone, discar 1-9-0 e em seguida tocar em ligar. Outro diferencial do aplicativo é que você precisa do mínimo de internet, pois as requisições são pequenas. Com isso, não importa sua operadora: você conseguirá usar o aplicativo! Nos testes não tivemos nenhum problema relacionado a internet.

Usar o Coop até para ligar para 190 é mais rápido do que iniciar o aplicativo Telefone, discar 1-9-0 e em seguida tocar em ligar.

Quais são seus planos a partir de agora com a aplicação? Uma nova versão está a caminho? Essa aplicação foi feita para ajudar a população. Em nenhum momento pretendo ganhar dinheiro com a venda do aplicativo em si. Na próxima versão, iremos implementar uma nova funcionalidade para que seja possível consultar o bairro manualmente, para o caso de ausência total de internet. O usuário irá sincronizar apenas uma vez e terá esses bairros disponíveis off-line.

Renato Holanda

Renato Holanda

Quais foram os principais desafios no desenvolvimento desse projeto? O principal desafio foi elaborar um aplicativo escalável e de fácil manutenção. A cada cadeira feita na faculdade, eu usava como foco o meu aplicativo. Hoje, se outro Estado quiser adotar esse mesmo programa para a Polícia local, poderemos migrar sem nenhum problema.

Você chegou a fazer alguma alteração do início do projeto pra cá? Sim. Logo no início, a ideia era integrar diretamente com a polícia. Porém, a burocracia em nosso país impede que isso seja feito com praticidade. Com isso, preferi lançar essa versão sem ajuda de investimentos ou governo. Mas nada impossibilita que essa integração seja feita hoje.

Quais as lições aprendidas nesse processo como um todo? Creio que o maior desafio de quem quer desenvolver algo (e não ter dinheiro), é convencer outras pessoas que sua ideia é boa e com isso montar uma boa equipe. Acho que o maior obstáculo é você ignorar os pensamentos negativos e manter seu foco. Durante o desenvolvimento, ouvi que o aplicativo não iria dar dinheiro, que eu estava perdendo meu tempo. E você escutar isso é como tirar doce de criança. Você está empolgado com seu projeto, muitas pessoas gostando da ideia e poucas apontando defeitos. Mas meu objetivo maior é ajudar a população e espero que consiga esse feito. O que vier a mais que isso é lucro. A grande lição que fica é: se tem vontade de algo, faça-o! Arranje pessoas que lhe ajudem, que acreditem na sua ideia, como foi o caso do Rafael e da Bianca, e corra atrás.

DOWNLOAD DO APLICATIVO

Android: bit.ly/Coop-Android
Windows Phone: bit.ly/Coop-WP
iOS: bit.ly/Coop-iOS

Para finalizar, notei que na nossa conversa você é muito grato aos seus amigos que colaboraram. Quem mais participou dessa empreitada que merece seu reconhecimento?  Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por tudo que Ele tem feito em minha vida. Pela minha namorada, que sempre me apoia em tudo. Agradecer mais uma vez ao Rafael Araújo e à Bianca Nunes por terem me ajudado a realizar este feito. E, claro, pela minha família e amigos, que me apoiaram, opinaram, testaram, reclamaram. Enfim, sem essa equipe esse aplicativo ainda estaria no papel.

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